Tal adaptação é um dos principais objetivos da maior parte dos indivíduos que buscam a prática do treinamento de força.
O regime de treinamento de resistência muscular (musculação) é associado ao aumento da seção transversa dos músculos exercitados, processo também chamado de hipertrofia muscular.
Ela pode ser entendida como o aumento no tamanho das fibras musculares. Geralmente ocorre com a prática crônica do treinamento de força, alimentação adequada e descanso ideal.
Fatores como número de séries, número de repetições, intervalo de descanso entre as séries e exercícios, intensidade de treino e frequência semanal estão diretamente relacionados à maior ou menor capacidade de estimular a hipertrofia muscular.
Há também a influência da individualidade, alguns respondem melhor ao treino outros não.
Sobre isso, sujeitos com maior porcentagem de fibras tipo 2 (glicolíticas) possuem maior facilidade de hipertrofia muscular do que sujeitos com predominância de fibras do tipo 1 (oxidativas).
Didaticamente, a hipertrofia muscular tem sido dividida em duas formas:
- Hipertrofia aguda/transitória ou comumente chamada de sarcoplasmática;
- Hipertrofia crônica ou miofibrilar;
A hipertrofia sarcoplasmática pode ser considerada como um aumento do volume muscular durante uma sessão de treinamento, devido principalmente ao acúmulo de líquido nos espaços intersticial e intracelular do músculo. Outra teoria seria a do aumento no volume de líquido e conteúdo do glicogênio muscular no sarcoplasma (Bucci et al., 2005).
Já a hipertrofia miofibrilar está diretamente relacionada com as modificações na área transversa muscular. Considera-se também o aumento de miofibrilas, número de filamentos de actina-miosina, conteúdo sarcoplasmático, tecido conjuntivo ou combinação de todos estes fatores (Bucci et al., 2005).
Ainda Gentil 2012, a hipertrofia ocorre através de dois tipos de estímulos de treinamento:
- Tensional - Oriundo, principalmente, de estímulos mecânicos com altas cargas de trabalho e baixas repetições;
- Metabólico - Oriundo, principalmente, de acúmulo de metabólicos com baixas cargas e altas repetições;
A divisão entre métodos metabólicos e tensionais não se trata de uma proposta analítica de explicação do processo de hipertrofia, mas sim de um artifício criado com a finalidade de facilitar o processo de entendimento e organização de um planejamento de hipertrofia.
Bons treinos.
Referências:
American College of Sports Medicine. Progression models in resistance training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc. 2009; 41 (3); 687-708.
BUCCI, M. et al. Efeitos do treinamento concomitante: hipertrofia e endurance no músculo esquelético. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Taguatinga, v. 13, n. 1.
GENTIL, P. Hipertrofia Sarcoplasmática x Miofibrilar - BASES CIENTÍFICAS DO TREINAMENTO DE HIPERTROFIA – 5ª Edição – 2016.