Basta ver o homem mais forte do mundo e comparar com o atual ganhador do Olympia. O princípio dos treinos são os mesmos, mas com especificidades diferentes. Em um treino de força o que importa é a carga, poucas repetições e amplitude reduzida.
O treinamento de força pode ser denominado de várias formas, entre eles: treinamento com pesos, treinamento resistido, treinamento contra resistência ou musculação. Estes apresentam inúmeros objetivos com fim no próprio treinamento ou como meio para se alcançar determinado desempenho esportivo.
Afinal, quais fatores são relevantes para modificar a força? Segundo Fleck e Kraemer (1997), os 4 principais fatores que modificam a força são: fatores neurais, fatores morfológicos, fatores biomecânicos e fatores psicológicos.
- Fatores neurais são os principais responsáveis pelo aumento da força nas primeiras semanas de treinamentos de força. Os fatores neurais são responsáveis pela coordenação intermuscular, pela melhoria na relação agonista-antagonista (co-contração) e pela melhoria na relação agonista-sinergistas e coordenação intramuscular.
- Fatores morfológicos estão relacionados principalmente com a hipertrofia muscular. A hipertrofia muscular ocorre devido principalmente a sobrecarga tensional e metabólica. Kadi, Erickson e Thornell (1999), têm sugerido a hiperplasia muscular, no entanto, sua contribuição para o volume muscular total parece não ser muito significativo. Moritane et al. (1979), apontou em estudos a hipertrofia (aumento significativo da síntese proteica) em 14 dias de treinamento de força.
- Fatores biomecânicos baseiam-se no princípio onde o corpo humano se movimenta graças a sistemas de alavancas, ou seja, as alavancas e seu ponto de aplicação interferem na capacidade de vencer a resistência. Este conceito é conhecido como torque, que é a capacidade de forças girarem num sistema de alavancas ao redor do ponto fixo (eixo). Uma mesma força aplicada numa alavanca de maior comprimento obterá um torque maior.
- Fatores psicológicos estão relacionados a uma força latente, denominada reserva de proteção, que é mobilizada de forma não voluntária (luta ou fuga).
Todos estes fatores são interligados entre si, não existe possibilidade de modificar consideravelmente a força sem adaptações neurais, morfológicas, biomecânicas e motivações (psicológicos).
Bons treinos.
Referências:
FLECK SJ, KRAEMER WJ. Designing Resistance Training Programs. New York: Human Kinetics: 1997.
MORITANE, T.; DEVRIES, H. A.; Neural factors versus hypertrophy in the time course of muscle strength gain. American Journal of Physical Medicine, vol. 58, p. 115-130, 1979.
KADI, F.; ERICKSSON, A.; THORNELL, L. Effects of anabolic steroids on the muscle cells of strenght-trained athletes. Medicine Science Sports Exercise, v. 31, n.11, 1999.